sexta-feira, 15 de abril de 2011

Meras Palavras.

"Sou teu gesto lindo
Sou teus pés
Sou quem olha você dormindo
Menina, guardo você comigo."
O Teatro Mágico


E ela estava ela, sentada na varada admirando a lua, tentando se concentrar em algo, tentando trazer a memória algo. Mas ela não estava conseguindo.
Ela para, respira fundo, respira fundo novamente e continua a admirar a lua e as constelações. E pensa como seria bom que alguém estivesse ali com ela admirando toda aquela beleza que a estava ao seu redor. Tanta beleza para ser contemplada. Mas ela já estava ficando sem paciência.
E começou a pensar, porque ela estava assim ?
Em estado de urgências, porque queria tanto uma coisa e ou mesmo tempo não queria nada. Porque queria tanto ter alguém e ao mesmo tempo queria ficar sozinha ? Porque queria admirar o céu, e ao mesmo tempo não queria ? Que contraditório tudo isso.
Será que ela, desaprendeu a viver ?
Logo Ana, que amava tanto viver, que gostava tanto do céu, que queria um amor para a vida toda. E hoje está nesse estado, é lamentável!
O que será que houve ?
Um dia me disseram que ela está assim pelo os anos de sofrimentos, que todos os anos que se passaram desde que ele se foi, deixou ela meia louca. Será que quando se ama demais uma pessoa, o amor se torna loucura ?
Se for, meu Deus não me deixe ficar louca!
O caso de Ana é sério. Ela não faz mais nada direito, ela não sorrir mais, ela não sente mais nada.
E o pior é isso, não sentir nada. Vazio dói. Vácuo dói.
Não ter nada pra sentir, nada para amar, nada para dizer. Não ter ninguém para amar !
Deve ser doloroso, Ana que o diga.
Esperar muito por algo faz perder toda a magia, mas o que se há a fazer quando já se tentou de tudo? O que nós fazemos quando não temos mais nada para fazer ? Esperamos né ? Me corrija se eu estou errada.
Acho que é isso que Ana está fazendo, esperando!
Mas, ficar parada não resolve muita coisa né ?
Uma vez me disseram também que devemos ir a luta, mas como eu irei se eu não sei onde é ?
Complicated!
Um dia dessas noites outonais, estava passeando pela rua que só era iluminada pela a lua. Quando avistei alguém sentada no chão da calçada, parecia alguém que eu conhecia; quando de repente eu reconheci .. era Ana. Me aproximei dela e perguntei-a.

_ Oi Ana, o que aconteceu com você, menina? - ela levantou os olhos e me olhou fixamente.
_ Eu não sei, não estou entendendo nada. Roubaram a minha alegria, a minha força. Roubaram o meu coração.

Ana falou isso, e levantou-se e eu continue ali. E agora era eu que estava sentada na calçada, refletindo aquela palavras que me pesaram tanto.
Até que eu me dei conta, que eu Is era a parte que completava Ana. E eu havia esquecido. Ana era eu e eu era Ana

Isa Ribeiro

4 comentários:

  1. Caramba Isa, um dos textos mais fortes que já li aqui. Não esperava esse final! Deu um toque muito bom ao texto!
    Achei muito boa essa passagem: "E o pior é isso, não sentir nada. Vazio dói. Vácuo dói". Se bem que esse texto é inteiro muito bom e marcante!
    Sobre a pergunta de "o que se fazer quando já se tentou de tudo"? Arrisque. Continue arriscando. Se já se tentou de tudo e nada deu certo, não se tem NADA para perder. Portanto, arrisque!
    Sei lá...achei muito impactante esse texto, gostei muito mesmo!
    Beijos, Isa!

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  2. Muito obrigada Paulinho !
    tem coisas que não dá mais pra suportar e temos que colocar pra fora de alguma forma, e esse texto foi uma saída para mim. Eu achei muito forte também, alias quando eu faço um texto que é realmente sobre mim e que não é ficção sempre me impressiona muito.
    obrigada mais uma vez paulinho !

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